sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não me deixe Partir.

Não me deixe partir.
Segura firme em minha mão,
Prenda-me em teu coração,
Faça-me sorrir!

Não me deixe ir embora.
Aperta teus braços em minha cintura
Possua-me sem sensura,
Declare-se agora!

Não me permita pegar a estrada,
E longe de ti para sempre ficar
Fiquemos juntos, vamos sonhar,
Faça-me amar e sentir-se amada!

Não me deixe desistir.
Agora, que teus olhos encontrei,
E a doce esperança que desejei,
Por favor, não me deixe partir!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Aniversário dos quarentas.

Fazer aniversário na minha idade é esquisito. A gente tem até medo de pensar muito. Você olha o passado e, dependendo do que vê, aperta os olhos e chora ou sorri. No meu caso eu só dou boas gargalhadas e sinto muita saudade!
Você pensa no que falta ter, onde quer ir, o que quer aprender ainda, o que quer sentir novamente...quanto tempo lhe falta...ui! Isso não é bom pensar!
Você irá observar as várias mudanças em teu corpo, as rugas ao redor dos olhos, os cabelos que teimam em branquear, as manchas que surgem na pele...e lembrará o porque destas coisas estarem ali. Lembrarás das noites mal dormidas por causa das farras, das bebedeiras, dos livros que tinha que ler, dos conteúdos para estudar, dos filhos para cuidar e até das insônias tentando resolver os problemas. Lembrarás que na tua juventude, não imaginavas ter refletido no espelho, um rosto que já não parece com o seu, mas com o da sua mãe ou pai, ou avó.
Um ponto importante será a busca de tua identidade. Sim, pois já não fazes parte das jovens e não és idosa. Uns nos chamam de lobas, outros de coroas, outras de estragadas...depende do teu estilo. Umas fazem o estilo fatal, outras, as simplezinhas e até as malucas radicais. Todas são belas em sua escolha, pois houve o encontro consigo mesma. O mais complicado é quando não este encontro. A criatura fica se perdendo nos estilos, vira piriguete, depois a sedutora, parte para rockeira, retorna ao estilo rippie e acaba como ridícula.
Não pensem que por estarmos quase na metade dos 100 anos, somos ultrapassadas, mofadas, chatas, ranzinzas ou mocreias. Deixemos isso para aquelas que se preocupam com “coisinhas”. Nós, as quarentonas, nos ocupamos em criar o que nunca tivemos tempo, pois estávamos sempre cuidando de alguém, um filho, marido, mãe, cachorro, casa, emprego...a pressa agora é só no acumular conhecimento. Temos sede e fome de saber, seja ele qual for!
Mas creio, pelo menos na minha opinião, que chegar até aqui e ser tão realizada, satisfeita com as escolhas que fiz, com as pessoas que conheci, com os lugares que vi, com a família que tenho e com os inúmeros amigos que ganhei, é muito privilégio!

Maturidade?


As pessoas falam em maturidade como se isso fosse possível, completamente, na vida de alguém. Ninguém é totalmente maduro. A vida é de uma complexidade infinita e são tantos assuntos, tantas informações, tantas realidades que muitas vezes nos vemos perdidos nas respostas de questões que parecem simples, mas que são incógnitas para nós.
Conheço um camarada cinquentão. O homem é lindo de babar, inteligente, cheiroso, alegre...o tal se apaixonou. Danou-se! Parece um adolescente confuso, medroso, inseguro, desconfiado...ele nunca havia amado. É tão imaturo nesse assunto que tenta transformar o sentimento bom em raiva, para poder se libertar.
As pessoas falam em encarar desafios, matar leões, como se todos passassem pela mesma dor e necessidade. Tem gente que passa a vida toda lutando contra si mesmo e nem sabe disso!
Conheço uma quarentona como eu que em várias fases da vida sempre reclamava de algo: quando tinha dinheiro, não tinha amor, quando o profissional estava bem, o familiar estava ruim... e assim ela foi vivendo. Hoje ela não tem família, nem amor, nem dinheiro e é feliz. Descobriu na música sua paixão e viu que sua busca de uma vida estava ali, juntinho dela, dentro dela.
As pessoas falam em amor e verdade, como se nunca mentissem e estivessem sempre amando alguém. Mal sabem estas pessoas, que infelizmente, em algum momento da vida, todos usamos máscaras e da hipocresia para poder continuar a conviver. Quem nunca mentiu?, Quem nunca fingiu? Quem nunca omitiu? Sim, pois a omissão é tão cruel e má quanto a mentira!
Conheço um trintão bonitão, charmoso, inteligente, rapaz que toda mulher gostaria de ter em casa junto de si. Sempre pregou a verdade como a melhor qualidade no ser humano. Cobrava confiança e sinceridade das pessoas de sua relação. Afirmava ser muito observador e pressentir e entender as pessoas. Porém sempre acaba perdendo as pessoas que surgem em sua vida e até aquelas que conquista, pois as abandona e deixa de observá-las. Não consegue enxergar a verdade por se omitir da convivência.
As pessoas falam em justiça, gritam aos quatro cantos as maldades do mundo. Dizem lutar pelos fracos e oprimidos, salvar os que padecem no esquecimento da lei. Mas escondem dentro de si a raiva, o desprezo e a infelicidade. São pessoas que só ficam na pregação, muitos até usam da religião. Se agem, é somente pelo seu grupo de preferência e por aquele que faz parte. Que justiça é essa?
Não me fale em maturidade. Ela existe em alguns momentos de razão. Sou imatura quando abandono uma causa por medo? Isso é covardia. Sou imatura por conquistar coisas e não cuidar? Isso é relaxamento! Sou imatura quando falo uma coisa e faço outra? Isso é hipocresia! Sou imatura por mudar meus sentimentos de uma hora pra outra? Isso é ser volúvel!
Não me fale em maturidade. Torno-me criança quando amo! Criança que cobra o que foi prometido, que chora com tua dor, que ri sem motivo, que coleciona lembranças, que cutuca pedindo atenção, que vê colorido em dias cinzas, que quer estar sempre perto...
Não me fale em maturidade e não exija isso de mim. Pois a minha maturidade se manifesta todos os dias quando acordo, quando tenho consciência da minha importância para certas pessoas, quando cuido as palavras que digo, quando respeito a tua liberdade e personalidade, quando dou mais prioridade a vida do que a futilidades, quando abdico de sonhos pelos que amo e dependem de mim, quando não uso de orgulho e tenho coragem de dizer o que penso e sinto. Pois a vida não é um jogo para quem é maduro.
A maior manifestação da maturidade é ser humilde e estar sempre pronto para buscar e descobrir a si mesmo.
Jaila Maria*



Trate a mulher como rainha e ela te tratará como um rei.

Eu li uma frase um dia desses aqui no Facebook que me chamou a atenção: Trate a mulher como rainha e ela te tratará como um rei. E fiquei me perguntando o que é tratar uma mulher como rainha na opinião dos homens e o que é isso para as mulheres. Pode vir a ter algumas diferenças.
Talvez a diferença esteja exatamente no fato de que no fundo somos todos humanos e como tal temos sentimento de egoísmo e orgulho. Como não sou homem e sou apenas uma das mulheres do mundo, posso responder somente por mim.
Pois bem, tratar uma mulher como rainha é respeitá-la. Respeitar suas ideias, vontades, aflições, medos, fraquezas e todos os nossos sentimentos peculiares que fazem parte do universo feminino. Mas respeitar não é somente pronunciar palavras doces. É interpretar nossos gestos, olhares, manifestações, sorriso, a voz e as ações. Para isso você deve estar presente. Sim, porque tratar uma mulher como rainha pede adoração, estar junto com seu cheiro, misturado, enroscado...é olhar no olho, é tocar seu rosto com a paixão, é colocar uma música e pensar nela, é desejo e a concretização dele.
Tratar uma mulher como rainha é perder-se em atenção, é proteger, acalentar, participar. Para tanto deves ser um rei.
Um rei nasce como tal quando encontra sua rainha. Não adianta sair pelo mundo e sussurrar palavras em vários ouvidos, nem beijar muitas bocas, nem deitar em muitas camas, nem conquistar solitários corações. Isso não é ser rei, nem estas a quem possuíste serão rainhas, pois nenhuma delas ficou tempo suficiente para o encantamento.
Para ser rei não adianta ser somente educado, cavalheiro e saber se vestir bem, ter beleza e cultura. Não! Teus braços e tuas atitudes diante das adversidades é que mostrarão tua linhagem. Tua sabedoria em transformar um simples momento em infinito deslumbramento é que farão a mulher uma rainha.
Não existe mulher que não possa ser rainha, mas creio que somente alguns homens conhecem esta verdade, assim como muitas mulheres desconhecem o valor de um rei.
Jaila Maria*

Sem tribos
Nunca fui garota de tribo. Nenhuma tribo me arrebatou. Mas adotei algumas coisas de algumas delas.
Sou da geração X. Para quem não sabe, geração X é a dos adolescentes dos anos 80. Essa geração é herdeira dos hippies e criadora de uma revolução musical. Somos donos das Diretas Já, do fim da Ditadura militar, da Constituição brasileira, da discoteca, do surgimento do movimeto new wave(eu usei muita roupa colorida), do rock metal, da música eletrônica, de Ayrton Senna, do início da fabricação de computadores pessoais, videocassetes, walkmans...
A geração X foi um intermédio. Anteriormente uma geração que pregava a liberdade, sexo e rock, a dos anos 70. Posteriormente uma geração Coca Cola, shoppings, patricinhas e mauricinhos. Somos a geração ponderada, que tinha como maior objetivo a independência financeira, de fazer uma faculdade, de começar a trabalhar cedo para se aposentar cedo (as leis eram outras antes de Fernando Henrique e Lula).
A geração X era politizada. Isso porque sobreviveu a ditadura e deu os primeiros gritos de liberdade nas ruas, nas escolas, nos discursos, nas artes. Talvez por isso que não estranhava o surgimento de tribos, as quais vinham em protesto a elite, ao certinho e ao rotineiro. Mas quando elas surgiram eu já estava crescida, lá pelo final dos anos 80. Eu via aquilo como uma consequência natural de rebeldia.
Nunca adotei tribo alguma, mas amava o rock, as jaquetas escuras, as roupas coloridas e soltas, o cheiro de Almiscar Selvagem, o biquine asa delta, o surf, eram tantas coisas, de tantas tribos...tudo era bonito, novo, interessante...
Hoje, observo de longe. Sou a coroa que não envelhece e não adota tribo alguma. Não sou isso nem aquilo, não estou lá, nem cá. Sou eu mesma sempre e talvez por isso tenho amigos de todos os tipos e de todas as tribos.
Eu sei que não preciso sair por ai com uma camiseta do Nirvana para dizer que sou rockeira, nem usar cabelo grudado na cara para dizer que sou emo...então acho tão engraçado...vejo a gurizada tentando ser aceita e para isso adotar alguma tribo. A necessidade de aceitação é fundamental para algumas pessoas. Eu só queria aprender. Viajei de mochila nas costas, peguei carona, presenciei o primeiro Rock in Rio e vi Queen. Adotei uma vida sem tribos e é um direito meu, e assim ensino aos meus filhos. Quero-os tão independentes quanto eu, sem modismos, mas eles passam por maus bocados por causa disso. Hora veja, a coisa inverteu! Antes eram as tribos as descriminadas , hoje são os livres de modismo e tipos. To ferrada!
Jaila Maria*
Coisas de gente.

Tem dia, mesmo para os mais otimistas e de bem com a vida, que acordamos cansados. Coisas acontecem que nos deixam exaustos de tanto lutar. Nesse dia não tem conversa nem silêncio que nos console. É um momento que a gente fica estagnado, espantado diante de tanta surpresa.
Não estranhe se você ficar triste, não é depressão. Apenas um sentimento de impotência diante das escolhas. Você irá olhar o passado e repensará teus valores, tuas decisões, opiniões...
Se você tem filhos, esse dia será mais longo. As surpresas serão maiores, assim como teu sentimento de impotência. O repensar será mais profundo e o conflito diante de tantas incertezas será imenso. Você irá se encher de perguntas retóricas, já que nesse monólogo não haverá plateia.
Se você é uma mulher sem um companheiro ou se escolheu um homem que não o é, vai ser um dia mais desgastante ainda: não terás com quem dividir as tarefas de dúvida e insegurança. Sim, porque nesse dia nem aquele amigo mais antigo, aquele que sabe tudo de você poderá ouvir o que nem você tem coragem de dizer. Nesse dia teus sentimentos serão muito secretos porque lembrarás de coisas que te envergonhas de ter sentido, feito e falado; terás raiva por não ter feito e falado o que foi sentido. Porque ninguém gosta de admitir isso. Admitir tudo isso seria fragilizar-se e abrir a guarda não é bom para uma mulher com tantas responsabilidades e sozinha feito você.
Nesse dia você irá chorar à toa, irritar-se-á com facilidade, não dará moleza aos comentários maldosos e insensíveis, irá preferir dar as costas do que lutar, porque nesse dia tudo estará difícil, teu corpo não obedecerá a energia que há em você. Será uma bipolaridade imensa! O medo que surgir não será por você, mas por aqueles que amas, porque o sofrimento deles é o teu sofrimento. E ai você descobre que estava assim porque se sentiu assustada diante de tanta coisa que ultrapassou e outras tantas que estão por vir.
És uma reta, esse dia é o ponto e juntos irão determinar o ângulo a ser criado.
Se você ainda não passou por esse dia, prepare-se, pois amadurecer faz parte.
Jaila Maria*